Informação
Alnus glutinosa
(L.) Gaertn.
Hamamelididae
Magnoliopsida
Magnoliophytina (Angiospermae)
Spermatophyta
Mesofanerófito
Grande parte Europa, Ásia e NW África
Amieiro
Amieiro-comum
Amieiro-vulgar
Sim
Classificação IUCN
Ameaças
As subpopulações são dispersas, o que resultou em alta variação genética entre subpopulações e alta especificidade para as condições locais. Se ocorrer perda de habitat, isso resultará em um estreitamento do pool de genes e os esforços de replantação podem ser desafiados pela capacidade limitada de sobreviver fora de condições específicas. A adaptação a condições locais específicas também pode representar uma ameaça no futuro, uma vez que as alterações climáticas alteram as condições locais. Isso não representa uma ameaça significativa no momento, mas pode representar uma maior ameaça no futuro. Um fungo recentemente evoluído, Phytophthora alni, matou 10% das árvores no sul da Inglaterra e País de Gales , e pode ter um impacto mais amplo no futuro.
Medidas de conservação
Devido à diferenciação genética entre subpopulações, é importante proteger a diversidade existente de subpopulações naturais. A espécie foi anteriormente categorizada como Menção Preocupada pelos participantes da oficina regional de listagem de árvores da Ásia Central da Ásia Central, organizada em Bishkek, no Quirguistão (11-13 de julho de 2006) e publicada como Menção Preocupada na Lista Vermelha da UICN em 2007. Esta espécie é listados como Menos preocupados nas listas vermelhas nacionais da Dinamarca, Estónia, Noruega, Luxemburgo, Suíça e Grã-Bretanha.
Distribuição em Portugal
Distribuição geral: É uma espécie comum em toda a Europa, até 1200 m, essencialmente na bordadura dos cursos de água, pântanos, charcos, pastagens e nas florestas húmidas (ou bosquetes) onde não é muito frequente, surgindo neste caso em consociação com outras espécies.
Caracterização geral: É uma espécie bastante plástica quanto às condições climáticas desde que as suas raízes estejam em contacto quase permanente com um lençol de água superficial ou pouco profundo do qual necessita para sobreviver. Resulta daí ser inadequada para áreas em que o nível freático desça muito no Verão, nomeadamente em zonas com um relativo distanciamento à bordadura do leito dos rios ou de terrenos húmidos. A sua presença natural reduz-se em geral a bandas estritas que são indicadoras dessas condições. É uma espécie de luz e de temperamento robusto, a qual se desenvolve vigorosamente na idade juvenil, quando liberta de competição. Desenvolve-se bem em climas de tipo temperado-quente ou temperado-frio, tolerando frios invernais de certa intensidade, mas não geadas tardias primaveris. É muito exigente em água ao nível edáfico. É considerada uma espécie indiferente quanto à natureza do substrato, muito embora apresente alguma preferência pelos solos de natureza siliciosa. Suporta, nomeadamente, os solos argilosos e pesados e, por conseguinte, o encharcamento sazonal. Tem preferência por solos um pouco ácidos em detrimento dos calcários, revelando no entanto plasticidade, desde que haja disponibilidade de água no solo nas condições supramencionadas. É uma espécie que fixa o azoto atmosférico mediante as simbioses que as suas raízes desencadeiam com bactérias. Deste modo, enriquece o solo em nutrientes e cria condições para que outras espécies de interesse silvícola possam ser exploradas com maior possibilidade de êxito produtivo. Resulta ser uma espécie pioneira e consolidadora. Apresenta uma boa capacidade de regeneração tanto por semente como por rebentamento de cepa, mas não rebenta de raiz. Frutifica a partir dos 20 30 anos, quase sempre anualmente, com dispersão seminal anemófila e através da água. Pode alcançar alturas de 25 m. Apresenta uma copa regular densa e arredondada na idade adulta. Possui muito boa dominância apical e o fuste cresce com boa conformação cilíndrica. A poda natural é excelente. O sistema radicular é superficial e bem desenvolvido. O crescimento é de médio a rápido. É uma espécie pouco longeva, podendo alcançar 100-120 anos. Encontramo la na Europa quer em povoamentos puros, quer em povoamentos mistos, onde coabita com o Ulmus minor Miller, (de quando em vez o Ulmus effusa Willd.), o freixo, o Quercus robur L. e por vezes o Prunus padus L. Dado o relevante papel protetor dos amieiros, os cortes deverão ser moderados, de forma a que se não criem clareiras de dimensão excessiva ao longo dos cursos de água.
Propriedades e utilizações: O amieiro possui uma madeira homogénea e de cor esbranquiçada, tornando se avermelhada ao corte. Não resiste à intempérie, mas é muito durável em submersão. Possui dureza e grão variáveis mas fibra reta e homogénea. É bastante ligeira, apresentando uma densidade seca ao ar de uns 580 kg/m3. É fácil de trabalhar, desidrata com facilidade e admite tratamentos superficiais, o que a torna adequada para imitar madeiras de qualidade superior (ébano, acaju, nogueira ou cerejeira). A madeira emprega se para a obtenção de folheado e pranchas para móveis, (se bem que não abundem árvores de grandes diâmetros), tornearia, instrumentos musicais, réguas de desenho etc. A lenha é medíocre. O amieiro é uma interessante espécie produtiva e protetora de ribeiras e rios pelo que, interessará sempre favorecê-lo mediante plantações ou tratamentos nos bosquetes em que surge. Vegeta perfeitamente em estações de solo muito húmido e ácido, que não convêm em absoluto a espécies tais como o choupo que nestas condições sofreria de asfixia radicular e em estações em que a única alternativa de plantação é a bétula.
Alnus cordata
(mesmo género)
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