A Flora Digital de Portugal nasce em 2004 como uma necessidade por desenvolver um instrumento informático da maior utilidade possível no campo da sistemática, taxonomia e ecologia vegetal sobre a flora portuguesa. Ao longo destes últimos anos, esta já clássica base de dados florística tem vindo a compilar a mais extensa informação sobre flora vascular em Portugal. Através do uso de uma pormenorizada ficha de identificação, o utilizador desta flora pode encontrar informação sobre a taxonomia, sistemática, tipos fisionómicos, distribuição geral e portuguesa (na área continental), habitat preferencial, época de floração e nomes vulgares de cada espécie, subespécie ou variedade. Juntamente com esta basta informação, a equipa do Jardim Botânico da UTAD tenta sempre acompanhar esta ficha com fotografias sobre o táxon consultado, de modo a que o utilizador conte com o maior leque possível de informação.

Este esforço para poder criar uma das maiores bases de dados de flora no Sul da Europa, tem vindo a ser largamente recompensado pelas numerosas visitas e consultas que, desde qualquer país do mundo e em qualquer momento do dia, acedem a esta fonte de informação. Uma referência informativa feita para o melhor conhecimento e divulgação da rica e muito diversificada flora espontânea e subespontânea portuguesa.

A Flora Digital de Portugal tem como referência base a informação florística recolhida no Herbário de Vila Real.


Pesquisar na Flora Digital de Portugal

A consulta dos registos constantes na Base de Dados é realizada através da caixa de pesquisa situada no canto superior direito do écran.

Outras opções de pesquisa disponíveis em Pesquisa avançada

Metodologia

O tratamento sistemático é o proposto por Robert F. Thorne (1921 - ).

Tipo Fisionómico (segundo Raunkier, mais tarde corrigido por Braun-Blanquet, 1982), com base na posição das gemas de renovo:

  • Hidrófito: planta aquática com as gemas de renovo submersas;
  • Helófito: planta de meios aquáticos com as gemas de renovo enterradas no leito;
  • Terófito: planta anual cujas gemas de renovo provêm da germinação de sementes;
  • Hemicriptófito: planta com as gemas de renovo situadas na superfície do solo, muitas vezes envolvidas por folhas em forma de roseta;
  • Geófito: planta não aquática com as gemas de renovo enterradas (tubérculo, bolbo ou rizoma);
  • Caméfito: planta perene cujas gemas de renovo se situam a menos de 25 cm da superfície do solo;
  • Nanofanerófito: pequenos arbustos com comprimento não superior aos 2 metros (raramente ultrapassando o 1,5 metros ) e cujas gemas de renovo se encontram entre os 20 - 25 cm de altura;
  • Microfanerófito: arbustos com as gemas de renovo nas plantas adultas acima dos 2 metros e com comprimento inferior a 8 metros;
  • Mesofanerófito: gemas de renovo nas plantas adultas entre 8 e 20 metros;
  • Megafanerófito: gemas de renovo nas plantas adultas a uma altura superior a 20 metros.

Sinonímias - conjunto das diferentes combinações nomenclaturais publicadas ao longo do tempo que se referem ao mesmo taxon.

Nome comum (ou vernáculo) - refere-se não só ao nome vulgarmente atribuído pelas pessoas a cada taxon , como também ás suas designações técnicas. Esta informação pretende abranger o país na sua totalidade.

Distribuição geral (ou corologia) - apresenta-se, sempre que possível, a região de proveniência do taxon , bem como a sua zona actual de expansão.

Habitat - local onde a planta vegeta:

  • Matos: comunidades vegetais de bosque, ou seja, com um estrato arbóreo mais ou menos denso e contínuo;
  • Matagais: comunidades arbustivas, nas quais o estrato arbóreo é inexistente ou pouco significativo;
  • Terrenos cultivados: conjunto de comunidades arvenses, ou seja, aquelas em que se desenvolvem as diferentes culturas (vinhedos, amendoais, pomares, olivais, hortas, cultura cerealífera, etc.);
  • Terrenos incultos: comunidades herbáceas caracteristicamente pioneiras, com estrato arbustivo pouco desenvolvido ou mesmo inexistente;
  • Ruderal: comunidades ligadas à actividade antrópica, corresponde aos espaços periodicamente alterados mas não agricultados. Assim referem-se àqueles que surgem nas margens dos caminhos e estradas, culturas, edificações, pousios e entulheiras, etc.;
  • Relvados húmidos: vegetação de clareiras temporária ou permanentemente húmidas, comuns na proximidade de muitos cursos de água ou de relvados destinados à pastorícia (integram-se nesta tipologia os lameiros, pastagens permanentes, etc.);
  • Rupícola: vegetação sobre substrato rochoso, ou seja, sobre afloramentos de rocha fragmentada, ou não;
  • Ripícola: vegetação desenvolvida nas galerias ribeirinhas, cursos de água, lagos ou albufeiras;
  • Ornamental: espécie actualmente utilizada com fins não agro-florestais ou com elevado potencial paisagístico.

Época de Floração - refere-se ao período que vai desde a formação das estruturas reprodutivas e respectiva fecundação até à criação das sementes ou frutos.

Distribuição - mapa de distribuição do taxon em Portugal Continental, baseado na caracterização fitoclimatológica de João do Amaral Franco, bem como em informações por nós recolhidas (a presença do taxon numa determinada região assinala-se através do preenchimento a cinzento dessa área).