Ammi visnaga (L.) Lam.

Espécie

Ammi visnaga

Descritor

(L.) Lam.

Género
Família
Ordem
Sub-classe

Asteridae

Classe

Magnoliopsida

Sub-divisão

Magnoliophytina (Angiospermae)

Divisão

Spermatophyta

Tipo Fisionómico

Terófito

Distribuição Geral

Região Mediterrânica

Nome(s) comum

Âmio-bisnaga
Bisnaga-das-searas
Paliteira

Sinonimias

No JBUTAD

Não

Perfil farmacológico
    PT - Relaxante muscular, analgésico para a dor causada por cáculos renais, Propriedades antiasmáticas (óleo essencial: quelinas).
    Chevallier. A. The Encyclopedia of Medicinal Plants
    Bown. D. Encyclopaedia of Herbs and their Uses.
    PT - Diurético (sementes).
    Uphof. J. C. Th. Dictionary of Economic Plants.
    PT - Antiespasmódicos do músculo dos brônquios (uso interno: sementes).
    Chevallier. A. The Encyclopedia of Medicinal Plants
    PT - Dilatação dos vasos brônquicos, do sangue e urinários sem afetar a tensão arterial.
    Bown. D. Encyclopaedia of Herbs and their Uses.
    TX - Dermatite e/ou Fotossensibilidade, Deve ser evitado durante a gravidez e lactação, Obstipação, Perda de apetite, Dores de cabeça, Vertigens, Náuseas e Vómitos.
    Karalliedde. L. and Gawarammana. I. Traditional Herbal Medicines.
    IF - Interfere com anticoagulantes (ex.: Varfarina).
    Karalliedde. L. and Gawarammana. I. Traditional Herbal Medicines.
    IF - Pode interagir com fármacos de atividade semelhante.

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas

História e Evolução

Na passada semana começamos a assistir aos efeitos do controlo do desenvolvimento caulogénico nas plantas vasculares. Este fenómeno permite que os indivíduos consigam diversificar as suas formas, gerando uma cada vez maior variedade de respostas nos ecossistemas. Só por essa razão deveria ser um fenómeno bom para a vida. Porém resulta paradigmático que tal circunstância não seja boa, pelo simples facto de também não ser má. Simplesmente... é e mais nada...! Que quer dizer esta redução ao absurdo? Pois isso: os processos biológicos não são nem maus nem bons, unicamente são. Tal afirmação tão estéril pode parecer certamente idiota, mas nada mais longe dessa pretensão.

Os seres vivos precisam de distinguir entre o bom e o mau, para dessa forma podermos lutar pela nossa sobrevivência. Um fenómeno como este cria em todos nós uma dualidade extrema, com base na qual vamos sorteando sortes e azares, conforme a tipificação prévia entre o que nos pode beneficiar e o que nos prejudicaria. Este comportamento bimodal é aplicado para tudo, até para analisarmos processos como a evolução. Pensamos, na nossa insistência por separar o velho do novo, que os indivíduos vão aperfeiçoando-se ao longo de escalas espaço temporais e nada mais longe da realidade. Os processos evolutivos, como qualquer outro processo biológico, não respondem a esse critério dual, em que o anterior era mais velho e pior do que o mais recente. O que está sempre em causa é a própria capacidade de combinar, que facilita uma maior diversidade de formas, estratégias, comportamentos e, portanto, de respostas.

Hoje voltamos a observar um caso de inflorescência composta, semelhante ao que observámos com o Sedum forsterianum da passada semana. Neste caso estamos perante uma inflorescência puramente corimbiforme, tecnicamente designada por “umbela”. Os ramos floríferos que distinguimos neste magnífico conjunto de órgãos florais da Bisnaga-das-searas (Ammi visnaga (L.) Lam. são agora ramos de crescimento indefinido (já não cimosos, como no caso do Arroz-das-paredes, mas sim “racemosos”), que congregam todas as flores pediceladas nos seus ápices. Surge assim um tipo de conjunto floral extrema e delicadamente curioso, semelhante aos raios de um guarda-chuva mas certamente mais complexo.

Este tipo de inflorescência não é melhor ou pior do que a constituída por ramos cimosos, é só diferente. De facto não responde a períodos evolutivos diferentes, pois ambas formam parte da evolução florística da segunda metade do Cretácico. A inflorescência cimosa e a racemosa evoluem de modo paralelo, no que numa linguagem mais técnica apelidamos de “parafilexias”, pois são processos evolutivos que decorrem de modo independente. Pelo menos aparentemente, pois em evolução só há uma única certeza: a relatividade...


Por: António Crespí

Inventário Florestal UTAD

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Ficha técnica da espécie
Ammi visnaga

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