Anogramma leptophylla (L.) Link

Espécie

Anogramma leptophylla

Descritor

(L.) Link

Género
Família
Ordem
Sub-classe

-

Classe

Polypodiopsida (Filicopsida)

Sub-divisão

-

Divisão

Monilophyta (Pteridophyta)

Tipo Fisionómico

Geófito

Distribuição Geral

Cosmopolita: na Europa Atlântica, Região Mediterrânica, Macaronésia, África tropical, África do S, Próximo e Extremo Oriente, India, Austrália, Nova Zelândia, C e S América

Nome(s) comum

Anograma-de-folha-estreita

Habitat/Ecologia
Sinonimias

No JBUTAD

Não

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas

História e Evolução

Merece a pena olhar com alguma calma para a formidável diversidade de fetos que povoam a Península Ibérica e toda a bacia Mediterrânica. Qual será a razão desta formidável diversidade e que implicações pode ter para compreendermos a diversidade florística em que estamos submersos? A resposta não é deste tempo. Temos que voltar à primeira grande época das plantas vasculares, antes da catástrofe Pérmico-Triásica. Nesse tempo a Península e todas as microplacas que agora integram a bacia Mediterrânica, estavam inseridos na faixa tropical do planeta. Até à consolidação definitiva da Pangeia, todas estas microplacas formavam um rico e complexo conjunto de ilhas com uma luxuriante vegetação tropical, dominada por Licófitas, Equisetópsidas y Monilófitas. Fetos herbáceos, arbustivos e arbóreos caracterizavam um denso e muito diversificado tapete vegetal, sob climas expostos aos efeitos de periódicas glaciações e níveis de dióxido de carbono semelhantes aos atuais. Tais circunstâncias faziam com que todas essas ilhas tropicais recebessem um altíssimo conjunto de flora, forçando uma especiação rápida e constante da mesma.

O massacre Pérmico-Triásico, provocado pela formação do maior continente que o planeta teve nos últimos 400 milhões de anos, a Pangeia, eliminou perto do 90% dessa riqueza natural. Mas tal circunstância não impediu que muitos desses fetos encontrassem refúgios naturais onde ainda conseguiram continuar a sua vida. A riqueza pteridológica que hoje temos connosco é o resultado dessa posição geográfica privilegiada do paleofítico (até meados do Pérmico), bem como da existência de refúgios naturais e de uma outra ajuda que veio mais tarde, já no Jurássico. Nesse período pós-Triásico a atual bacia Mediterrânica voltou a ocupar uma posição tropical (geograficamente subtropical, mas climaticamente paleotropical monçónica). Novamente toda essa riqueza de fetos tornou a acompanhar agora uma flora drasticamente mudada, mas voltou...

A foto de hoje corresponde a um pequenino feto anual ou bianual, que podemos encontrar em todo o país, na Eurásia atlântica, na bacia Mediterrânica e em zonas paleotropicais do resto do planeta. A Anogramma leptophylla (L.) Link é aquele feto das rochas e paredes umbrias, algo húmidas e frescas que timidamente e em silêncio vai emergindo entre fendas e pequenas gretas. Um sinal dum tempo passado e de um presente rico e promissório.


Por: António Crespí

Inventário Florestal UTAD

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Ficha técnica da espécie
Anogramma leptophylla

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