subesp. billotii
Informação
Asplenium obovatum
billotii (F.W. Schultz) O.Bolos, Vigo, Masalles & J.M.Ninot
F.W.Schultz
-
Polypodiopsida (Filicopsida)
-
Monilophyta (Pteridophyta)
Hemicriptófito
Europa atlântica; W Região Mediterrânica e Macaronésia (excepto Cabo Verde)
Fentilho
Fetilhos
Sim
Distribuição em Portugal
A nossa visão dos processos evolutivos é certamente frágil e caricata. Persistimos na ideia determinística do aperfeiçoamento do indivíduo ao longo de uma escala temporal, e para justificar o injustificável definimos esquemas filogenéticos em que partimos de formas “primitivas” para chegarmos, após um determinado período de tempo, a formas recentes mais “desenvolvidas”. Em poucas palavras, a nossa ignorância é tanta que não somos capazes de explicar esta formidável diversidade que nos envolve sem termos de recorrer a pautas precisas de comportamento temporal. O princípio do problema está sempre na incompreensível mania do tempo. Numa escala como essa, obviamente, o que aparece antes é sempre mais antigo do que vai surgindo mais tarde. Mas isso quer dizer que o primeiro é mais primitivo do que acabaria por vir depois? Podíamos enumerar muitíssimos exemplos para demostrar que isto é uma verdade indiscutível, mas até que ponto é realmente indiscutível?
A foto de hoje é um exemplo desta dúvida. Nesta ocasião vemos uma “fronde” de Asplenium billoti F. W. Schultz, um Fetilho muito frequente nas paredes e taludes sombrios e frescos de Portugal (como de toda a Eurásia ocidental mais húmida e do Noroeste africano, bem como do Ocidente Macaronésico -entre as Canárias e os Açores-). Este género surge no Jurássico, de acordo com registos fósseis que confirmam a existência deste grupo de Filicatas "eusporangiadas" (fetos com esporângios que abrem através de um anel de células dorsal). Este tipo de reprodução foi tradicionalmente considerado como muito primitivo entre as plantas vasculares, atendendo ao facto de ter que recorrer a esporos para esta finalidade. Contudo, e embora possa parecer incompreensível, estes fetos filicatados foram evoluindo paralelamente às restantes plantas vasculares. Para termos uma ideia mais precisa, as pré-Rosídeas e Rosídeas são contemporâneas destas Filicatas, sendo que umas e outras continuam a formar parte da nossa flora atual. Parece ridículo não é? Se calhar mais ridículos somos nós enquanto continuemos a garantir que a evolução é um processo determinístico-temporal.
Por: António Crespí
Asplenium adiantum-nigrum var. corunnense
(mesmo género)
Asplenium adiantum-nigrum var. adiantum-nigrum
(mesmo género)
Asplenium ceterach
(mesmo género)
Asplenium hemionitis
(mesmo género)
Asplenium marinum
(mesmo género)
Asplenium onopteris
(mesmo género)
Asplenium petrarchae subesp. petrarchae
(mesmo género)
Asplenium ruta-muraria subesp. ruta-muraria
(mesmo género)
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