Bartsia trixago L.

Espécie

Bartsia trixago

Descritor

L.

Género
Família
Ordem
Sub-classe

Lamiidae

Classe

Magnoliopsida

Sub-divisão

Magnoliophytina (Angiospermae)

Divisão

Spermatophyta

Tipo Fisionómico

Terófito

Distribuição Geral

S Europa

Nome(s) comum

Flor-de-ouro

Sinonimias

Bellardia trixago (L.) All.

No JBUTAD

Não

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas

História e Evolução

As antigas tribos indo-ameríndias tiveram o mesmo problema que hoje temos com os nossos resíduos: que fazer com eles? Porém, estas civilizações encontraram uma solução que para nós ainda é um quebra-cabeças: a sua reutilização. Não só eram utilizados para compostagem, como também faziam com eles numerosíssimos remédios, cremes e cataplasmas (além de drogas e estupefacientes que ajudavam a passar o dia-a-dia destas, ainda misteriosas, tribos).

É perfeitamente compreensível que as Câmaras Municipais estejam desesperadas, na sua procura incessante por soluções viáveis para essas gigantescas toneladas de resíduos. Mas, curiosamente, as nossas companheiras de percurso -também vasculares como nós- souberam criar um sistema realmente formidável: reutilizá-lo. Essa recriação dos seus lixos foi tão bem sucedida que acabou por garantir competitividade ecológica. Não devemos ter qualquer dúvida, o lixo é mesmo bom!

Para ter uma ideia do esplendoroso êxito de tão complexo e laborioso processo, perguntemos aos milhares de milhões de pessoas que tomam habitualmente chã; consultemos as composições químicas de quase todos os medicamentos; deleitemos os nossos sentidos olfativos com os perfumes exalados das colónias, cremes e sabonetes; ou tentemos convencer aos americanos, para que nos desvelem a fórmula secreta com a que elaboram as suas refrescantes e revigorizantes gasosas. Tudo isso e muito mais é feito com esse delicioso elixir que as nossas amigas as plantas criam: lixo.

Como exemplo vemos hoje uma Bartsia trixago L., mais popularmente conhecida como Flor-de-ouro (ou também Boca-de-dragão). Olhemos com alguma atenção para esse verdadeiro tapete de pêlos glandulosos que envolvem as suas folhas e caules. O delicado e profundo cheiro que estas plantas emitem é resultados da elevada concentração de metabolitos (palavra muito sofisticada, utilizada para não dizer cocô e xixi, que sempre resulta mais ordinário…). Esta proteção é fundamental para que os insetos não incomodem, controla a transpiração, acumula humidade quando o calor e a evaporação apertam. Contudo, não deve resultar uma surpresa que passar a nossa mão por esta superfície aveludada possa ser uma experiência certamente incomodativa, pois fará com que fiquemos com os dedos peganhentos e viscosos. Os metabolitos são sempre assim de “simpáticos”. Mas as suas utilidades ainda só começaram a ser conhecidas. Para já os investigadores estão a descobrir as formidáveis utilidades na perfumaria. Não tarda por esperar e já virão mais novidades. Uma coisa é certa, e já o nome vulgar da Bartsia trixago o diz: onde há lixo há sempre ouro!


Por: António Crespí

Inventário Florestal UTAD

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Ficha técnica da espécie
Bartsia trixago

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