Cedrus atlantica (Endl.) Carrière

Além do registo atual, outros registos disponíveis:

Espécie

Cedrus atlantica

Descritor

(Endl.) Carrière

Género
Família
Ordem
Sub-classe

Pinidae

Classe

Pinatae

Sub-divisão

Coniferophytina

Divisão

Spermatophyta

Tipo Fisionómico

Megafanerófito

Distribuição Geral

N África (Argélia e Marrocos)

Nome(s) comum

Cedro-do-Atlas

Habitat/Ecologia
Sinonimias

Cedrus libani A. Rich. subsp. atlantica (Endl.) Batt. et Trab.
Pinus atlantica Endl.

No JBUTAD

Sim

Colecção temática
Perfil farmacológico
    PT - Antibacteriano gram + e gram - (cones: diterpenos).
    Dakir M, El Hanbali F, Mellouki F, Akssira M, Benharref A, Quilez Del Moral JF, Barrero AF. Antibacterial diterpenoids from Cedrus atlantica. Nat Prod Res. 2005 Oct;19(7):719-22.
    PT - Antissético, Fungicida, Estimulante do sistema cardiorrespiratório e Depressor do Sistema Nervoso Central ; Adstringente, Diurético, Expetorante e Sedativo, Tratamentos dermatológicos, infeções pulmonares, catarro, cistite, caspa (óleo essencial).
    Grieve. A Modern Herbal.
    Bown. D. Encyclopaedia of Herbs and their Uses.
    Duke. J. A. and Ayensu. E. S. Medicinal Plants of China
    IF - Pode perturbar a ação de alguns fármacos.
Não Avaliado
Dados Insuficientes
Pouco Preocupante
Quase Ameaçado
Vulnerável
Em Perigo
Criticamente Em Perigo
Extinto na natureza
Extinto

Ameaças

As florestas do Cedar Atlas foram exploradas por sua madeira há vários séculos. Além disso, eles foram sujeitos a sobrepastoreio e a queima repetida. A exploração aumentou nos últimos 50 anos: estima-se que haja ocorrência de amplos declínios de até 75% entre 1940 e 1982 (Benabid e Fennane 1994 citados em Terab et al. 2008). Desde a década de 1980, uma série de secas levou a um novo declínio, especialmente nas áreas mais próximas do deserto do saharau (Bentouati 2008, Linares 2011). Desfolhação da coroa por orugas processionárias (Thaumetopoea bonjeani e T. Pityocampa), casca de casca de cedro por Macarcas de Barbary (Macaca sylvanus) e danos por cedro Os escaravelhos de casca (Phaenops marmottani) parecem ter exacerbado o recuo recente (Allen 2010). Estudos dendroclimatológicos recentes (Touchan 2011) indicaram que a série atual de secas são pelo menos tão intensas como as que ocorreram nos últimos mil anos. As projeções para futuras mudanças climáticas indicam uma diminuição contínua da precipitação (Touchan 2011)

Medidas de conservação

Muitos stands estão localizados nos Parques Nacionais e recebem alguma proteção contra o sobrepastoreio e o registro. Programas para monitorar a extensão e a gravidade da morte recente estão no lugar.

Thomas, P. 2013. Cedrus atlantica. The IUCN Red List of Threatened Species 2013: e.T42303A2970716. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2013-1.RLTS.T42303A2970716.en

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas

Inventário Florestal UTAD

Espécie de interesse florestal

Informação cedida por

Distribuição geral: Originária das Montanhas do Atlas, Argélia e Marrocos, esta espécie foi introduzida no século passado noutros continentes. Atualmente, na Europa, distribui-se por diversos países, em sua larga maioria vetada a uma utilização ornamental. Muito embora, alguns países como a França, assistem a uma expansão significativa da sua área para uso florestal. Relativamente a Portugal, vários autores referem a sua existência nas Serras de Sintra, Buçaco, Estrela, Gerês, Marão e no Parque das Pedras Salgadas.

Caracterização geral: Na sua origem geográfica, encontra-se em média e em alta montanha, entre os 1000 e os 2800 metros de altitude. Vegeta em Portugal acima dos 800 m para exposições Sul e Oeste. Em França foi geralmente introduzida no andar de dominância do Quercus pubescens Willd., regenerando com particular abundância nos solos de formação recente. É adaptada às condições de luminosidade e secura do Verão. É considerada por diversos autores uma espécie heliófila muito embora nem sempre haja consenso de opiniões. É também uma espécie xerófila. Vegeta numa amplitude térmica dos -25 aos 45°C. Resiste bem às secas (se estas não forem muito prolongadas), aos frios invernais e à neve, mas é sensível às geadas tardias primaveris. Possui uma fisiologia adaptada aos climas irregulares (anos secos alternando com anos húmidos). A precipitação média anual pode variar de 800 a 1000 mm. Adapta-se em geral a climas mediterrânicos húmidos, sub-húmidos e semi-áridos. Tem preferência por solos que se desenvolvem sobre rocha fissurada, aonde o forte enraizamento, pivotante e profundo, próprio da espécie, assegura um bom crescimento, mesmo em terrenos superficiais. Em climas que apresentem um regime pluviométrico regular, as qualidades físicas do solo são consideradas menos determinantes. Vegeta bem em diversos tipos de solo, incluindo os calcários, desde que sejam suficientemente soltos. Tolera valores de pH entre 4 e 8. Frutifica abundantemente a partir dos 30 anos, com intervalos de 3-5 anos. A copa é pronunciadamente cónica na idade juvenil, com ramos ascendentes, bastante retos. Na idade adulta, a copa tende a alargar, ficando arredondada no topo e apresentando grandes ramos ascendentes e horizontais, raramente prostrados. O fuste é frequentemente desprovido de ramos em vários metros, bifurca em alguns casos e pode atingir 40-50 m de altura e 1,5 m de diâmetro. O crescimento desta essência pode variar consideravelmente com as condições edafoclimáticas da estação. A longevidade é de vários séculos, podendo atingir 700 e mais anos. Praticam-se revoluções de 80 a 100 anos para um diâmetro médio superior a 50 cm e 300 a 500 árvores/ha. Em regeneração natural, as densidades iniciais tendem a ser elevadas pelo que se deve executar uma limpeza aos 20 anos por forma a garantir espaço vital para as plantas se desenvolverem.

Propriedades e utilizações: A madeira é de tom castanho amarelado ou rosado. É aromática, sem canais resiníferos e seca rapidamente sem se deformar. O comportamento mecânico é considerado de qualidade mediana. No que concerne às propriedades tecnológicas, os nós são os defeitos mais importantes. Pela sua finura e homogeneidade é fácil de trabalhar sendo também muito durável. Esta essência produz lenho de boa qualidade, o qual pode ser utilizado para carpintaria fina, mobiliário, exteriores, folheado e pasta de papel (misturada com madeira de outras resinosas). É uma árvore que apresenta um grande valor estético, ao que contribui um porte notável, muito apreciado. Tem ainda interesse na proteção contra incêndios e recuperação de ecossistemas recentemente queimados. É uma resinosa pouco sensível ao fogo e os seus povoamentos densos originam um coberto sombrio, o qual proporciona uma rápida cobertura do solo, impedindo o crescimento de matos heliófilos, facilmente inflamáveis. Por outro lado, as zonas ardidas são colonizadas com eficiência.

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Ficha técnica da espécie
Cedrus atlantica

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