Cercis siliquastrum L.

Espécie

Cercis siliquastrum

Descritor

L.

Género
Família
Ordem
Sub-classe

Rosidae

Classe

Magnoliopsida

Sub-divisão

Magnoliophytina (Angiospermae)

Divisão

Spermatophyta

Tipo Fisionómico

Mesofanerófito

Distribuição Geral

E Região Mediterrânica (até França)

Nome(s) comum

Árvore-de-Judas
Olaia

Habitat/Ecologia
Sinonimias

Cercis siliquastrum L. var. alba Weston
Siliquastrum orbicularis Moench

No JBUTAD

Sim

Colecção temática

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas

História e Evolução

A ilusão do tempo, a memória do momento, a felicidade passada, os sacrifícios do presente, a vida que há de vir... o tempo e a vida. Esta explosiva combinação é a principal geradora das vivências que vão construindo as nossas vidas. O tempo é sempre o nosso principal estímulo e a ele unimos tudo e todos. Ao tempo juntamos as memórias, às memórias acrescentamos espaços, cenários de vida, e a esse cocktail absolutamente explosivo lhe misturamos sentimentos. Provavelmente aqui resida o nosso principal problema para compreendermos a mensagem evolutiva.

Como já comentámos anteriormente, os processos evolutivos são uma combinação de processos expansivos e contrativos, que decorrem paralelamente num universo espaço-temporal (em combinação com universos sem espaço nem tempo, que também ocorrem ao uníssono). O facto dos processos evolutivos serem medidos temporalmente não implica, em absoluto, que a evolução responda a critérios determinísticos que imprimam um antes mais primitivo e um depois mais evoluído. O antes e o depois constituem combinações morfo-genéticas, histológicas, fisiológicas e comportamentais diferentes que proporcionam respostas igualmente distintas aos ecossistemas. Mas, em qualquer caso, resulta imprescindível pôr definitivamente de lado essa ideia pré-estabelecida de que o que vem depois é mais evoluído do que havia antes, pois tal circunstância não pode estar mais longe da realidade. As pré-Rosídeas são um exemplo vivo desta afirmação, como qualquer uma das grandes estratégias vasculares (as diversas linhas Pteridofíticas, as Gimnospérmicas ou as restantes Angiospérmicas). Em todas elas verificam-se sempre combinações de caracteres que vão gerando combinações múltiplas de respostas por cada geração, que serão as que proporcionem a diversidade de funcionalidades (e, portanto, de respostas) aos ecossistemas.

A estratégia pré-Rosídea foi um fracasso evolutivo, como tudo em evolução, pois caso contrário estes processos (e, portanto, a própria vida) não teriam qualquer justificação. Mas os fracassos nunca podem implicar a extinção dessa estratégia, pois os universos espaço-temporais são obrigatoriamente contínuos (doutro modo não haveria nem espaço, nem tempo). O declínio pré-Rosídeo coincide, justamente, com a progressiva diminuição da temperatura média global e a consequente diversificação ambiental. Se olhamos com alguma calma aos grupos de pré-Rosídeas vemos que estamos perante estratégias tropicais e subtropicais. Tal circunstância não seria impedimento para o sucesso evolutivo deste grupo. O problema é que devemos entender que tal circunstância acabaria por aniquilar as próprias angiospérmicas, pois resultava imprescindível explorar combinações que dessem respostas a cenários em constante mudança e muito diversificados (acompanhando essa gradual diminuição das temperaturas médias e a maior frequência e intensidade dos processos glaciares e interglaciares). A heroicidade das pré-Rosídeas residiu na sua imaginação, exemplo para que as Rosídeas e Lílidas Cretácicas abrissem a esperança para uma nova linha evolutiva que hoje está em pleno desenvolvimento.

Nesta ocasião podemos observar uma Olaia ou Árvore-de-Judas (Cercis siliquastrum L.). Esta leguminosa (família Fabaceae) forma parte do grupo das Caesalpinóideas (subfamília Caesalpinioideae), que ficou na bacia mediterrânica juntamente com outras muitas espécies paleotropicais. Esta planta apresenta já características próprias das Rosídeas, herança das combinações pré-Rosídeas e, portanto, uma verdadeira esperança de que todo o esforço Jurássico-Cretácico teria valido a pena. O cálice com sépalas concrescidas e as mudanças nas formas das pétalas indicam uma tendência para o mimetismo com o polinizador. São ideias "antigas", mas que agora serão muito mais exploradas, pois afinal o objetivo é e será combinar, criar, imaginar, transformar.


Por: António Crespí

Inventário Florestal UTAD

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Ficha técnica da espécie
Cercis siliquastrum

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