Euphorbia characias L.

subesp. characias

Espécie

Euphorbia characias

Sub-Espécie

characias

Descritor

L.

Género
Família
Ordem
Sub-classe

Rosidae

Classe

Magnoliopsida

Sub-divisão

Magnoliophytina (Angiospermae)

Divisão

Spermatophyta

Tipo Fisionómico

Caméfito

Distribuição Geral

W Região Mediterrânica; naturalizada NW Europa (Inglaterra), S América (Argentina) e Nova Zelândia

Nome(s) comum

Maleiteira-maior
Titímalo-maior
Trovisco
Trovisco-macho

Habitat/Ecologia
Sinonimias

No JBUTAD

Sim

Colecção temática

Galeria de imagens

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas

História e Evolução

Uma das famílias que, desde sempre, chamou a atenção dos investigadores foi a família das Euforbiáceas (Euphorbiaceae). Contrariamente ao que poderíamos imaginar, as razões desta atracão fatal não são muito claras, pois respondem mais a um conjunto impreciso de circunstâncias que envolvem esta muito bem nutrida família botânica. Se perguntássemos a um brasileiro sobre este grupo taxonómico falar-nos-ia especialmente de árvores, e de algumas ervas, arbustos e lianas; um habitante da bacia mediterrânica ou do planalto irano-paquistaní apontaria para ervas ou pequenos arbustos; também lianas, árvores, arbustos e ervas seriam o esplêndido leque de formas que acudiriam à cabeça de um indoasiático. Em toda esta diversidade prevaleceria, como característica comum, a unissexualidade das suas flores, com invólucros pequenos ou , em muitos casos, inexistentes. Em resumo, uma verdadeira sopa de coisas que só poderiam levar-nos a uma conclusão: não sabemos o que são as Euforbiáceas! Tal resultado não seria devido só a ignorância que possa acompanhar esta conclusão. As classificações sistemáticas também têm o curioso hábito de brincar muito com esta pinturesca família de plantas vasculares. De facto, a classificação mais atual, APGIII (Angiosperm Phylogeny Group III system), optou por incluir as Euforbiáceas na ordem do desespero, as Malpigiales (Malphigiales), onde encontramos desde Salgueiros (família Salicaceae) até Hipericões (família Hypericaceae), passando pelos grupos mais díspares (tais como as Violetas –família Violaceae- ou os Linhos –Linaceae-). Em todos estes casos encontramos flores com uma clara redução de peças, quer involucrais quer reprodutivas, caracteristicamente radiadas e unipistiladas. Ao mesmo tempo, as suas folhas simples, inteiras e alternadas também delatam um desenvolvimento vegetativo controlado e muito bem definido, claramente contrariado no que diz respeito à gigantesca variabilidade em relação às formas de vida que conseguem recriar.

Mais uma vez temos que fazer o esforço de tentarmos compreender o que chegou até nós. Estamos perante quase 120 milhões de anos de história. Uma história pré-Rosídea em que a imaginação expressiva ocupa uma posição determinante. Todo o grupo das Malpigiales é um exemplo vivo do início da mudança, da transformação do tapete vegetal do planeta. As Euforbiáceas, no meio deste formidável e maravilhoso quadro Cretácico inferior, são mais um sinal deste esforço evolutivo sem precedentes entre as plantas vasculares.

Hoje temos o deleite, novamente, de um Trovisco-macho. Neste caso podemos ver uma Euphorbia characias L., espécie comum nos bosques húmidos e sombrios do Oeste da bacia mediterrânica. Reparem só num pequeno pormenor extremamente curioso: a glândula nectarífera tem uma tonalidade acastanhada, funcionando como invólucro que atrai para si polinizadores imprevistos como, neste caso, as formigas.


Por: António Crespí

Inventário Florestal UTAD

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