Fragaria vesca L.

subesp. vesca

Espécie

Fragaria vesca

Sub-Espécie

vesca

Descritor

L.

Género
Família
Ordem
Sub-classe

Rosidae

Classe

Magnoliopsida

Sub-divisão

Magnoliophytina (Angiospermae)

Divisão

Spermatophyta

Tipo Fisionómico

Hemicriptófito

Distribuição Geral

Grande parte Europa, Cáucaso, N Irão; W e C Ásia, Macaronésia e N África; subespontâneo em regiões de clima temperado

Nome(s) comum

Fragaria
Moranga
Morango
Morangueiro
Morangueiro-bravo

Habitat/Ecologia
Sinonimias

No JBUTAD

Sim

Colecção temática

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas

História e Evolução

Veremos muitos mais exemplos de pré-Rosídeas ou, para sermos mais precisos, dos descendentes daquele formidável e extremamente imaginativo grupo Jurássico-Cretácico. O principal problema na análise deste basto conjunto de plantas está, precisamente, na sua magnitude. Muitos dos representantes das pré-Rosídeas já não estão presentes na flora vascular do planeta. De facto, o que hoje conhecemos são os descendentes dos grupos mais vigorosos e plásticos dessa estratégia angiospérmica. Como é possível então estudar este complexo e enigmático universo de um passado já tão distante? Pois através dos seus descendentes, entre os quais as próprias Rosídeas jogam um papel preponderante. Há um outro conjunto de angiospermas igualmente sustentado no esforço evolutivo das pré-Rosídeas, as ainda mais misteriosas Lílidas. As Lílidas, mais conhecidas por monocotiledóneas, são contudo muitíssimo mais do que isso. De facto essa designação tão generalista, que distingue monocotiledóneas de dicotiledóneas, resulta cada vez mais duvidosa. A presença de um ou mais cotilédones na germinação da semente forma parte do desenvolvimento embrionário, e por essa razão encerra toda uma história com implicações evolutivas decisivas. Esse número de cotilédones determina o desenvolvimento subsequente da planta, com a formação de caules verdadeiros ou de caules formados pela sobreposição das bainhas das folhas. Tal transformação provocará, pela sua vez, mudanças determinantes na morfologia foliar e, portanto, nas flores e inflorescências. Estamos perante estratégias de desenvolvimento diametralmente opostas, que se desenvolveram paralelamente a uma terceira via evolutiva. Uma terceira via!!?? Mas houve ainda uma terceira alternativa nas plantas após a catástrofe Pérmico-Triássica? Pois sim, houve uma alternativa, neste caso gimnospérmica (sem formação de frutos), que acabou por ser a origem de decisões radicais na evolução vascular do fim do Terciário e do início do Quaternário.

Mas tudo tem o seu tempo, e o tempo de hoje vai novamente para uma Rosácea. A floração dos Morangueiros-silvestres (Fragaria vesca L.) já está quase no início do seu declínio. Não chama muito a nossa atenção e, de facto, por vezes resulta ser algo tímida a sua presença, especialmente nos bosques caducifólios e semicaducifólios frescos onde encontra os seus habitats mais acolhedores. Mas por trás desta pequena, tímida e aparentemente delicada planta está um dos exemplos mais vigorosos de genialidade Rosácea. A estratégia estolhosa, que caracteriza a morfologia e reprodução vegetativa destas plantas foi um sinal marcante na sinalização do caminho evolutivo das Rosáceas. Hoje rendemos a nossa homenagem a esta pequena heroína, a que tanto devemos.


Por: António Crespí

Inventário Florestal UTAD

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