Glebionis coronaria (L.) Tzvelev

Espécie

Glebionis coronaria

Descritor

(L.) Tzvelev

Género
Família
Ordem
Sub-classe

Asteridae

Classe

Magnoliopsida

Sub-divisão

Magnoliophytina (Angiospermae)

Divisão

Spermatophyta

Tipo Fisionómico

Terófito

Distribuição Geral

Região Mediterrânea, C e S de Portugal

Nome(s) comum

Malmequer
Pampilho-vulgar
Pimpilho
Pampilho-coroado

Sinonimias

No JBUTAD

Não

Perfil farmacológico
    PT - Expetorante e Estomáquico (folhas).
    Duke. J. A. and Ayensu. E. S. Medicinal Plants of China
    PT - Tratamento da gonorreia, EStomáquico (flores), Purgativo e tratamento da sífilis (caule).
    Chopra. R. N., Nayar. S. L. and Chopra. I. C. Glossary of Indian Medicinal Plants (Including the Supplement).

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas

História e Evolução

Em ciência devemos sempre aplicar o princípio do comboio: quando queremos atravessar uma linha férrea antes é preciso pararmos, escutarmos e olhar. Voltemos novamente aos efeitos do ser humano na dinâmica florística, isto é, como podemos alterar a distribuição natural das espécies de flora. Como exemplo hoje trazemos aos nossos amigos um pormenor fotográfico dos capítulos do Pampilho-coroado (Chrysanthemum coronarium L., Família Asteraceae). Este Malmequer resulta especialmente atrativo pela coroa amarelada que costuma desenvolver à volta do disco central, onde estão as suas flores tubulares. Por vezes esta caraterística não é expressada desta forma, sendo que todas as lígulas externas ficam de cor amarelo. Tal efeito cromático chamou sempre a nossa curiosa atenção e, se calhar, foi isso que levou esta planta até América do Norte transformando essa delicada beleza num pesadelo invasor para os nossos amigos dos Estados Unidos. Curioso, não é? Tudo não passaria de um caso anedótico e isolado se a Eurásia não tivesse um verdadeiro exército dessas às que, com desprezo e temor, apelidamos de invasoras. De facto, os estadunidenses podem muito bem mostrar-nos os tais “efeitos devastadores” deste grupo de desalmados e indesejados emigrantes. Afinal o mal também está connosco?

Não há qualquer dúvida que nós, os humanos, somos uns fanáticos pelos filmes e a teatralização de tudo. Levamos mais de dez mil anos a “brincar” com os ecossistemas e a pensar que nesse jogo somos os líderes. Contudo parece que tal imagem está muito longe de corresponder com a realidade. Nunca pensaram que uma parte não desprezável da nossa flora silvestre, aquela à qual designamos por autóctone, possa ser de origem exótico? Acaso não chamam muitas vezes a nossa atenção plantas com morfologias estranhas, ou formações vegetais naturais totalmente diferentes das envolventes? Já não é sem tempo que deveríamos começar a retirar esse pódio que instalámos nos ecossistemas que povoamos, em que ocupamos um lugar destacado entre os outros elementos da paisagem. A natureza sabe alterar ecossistemas, introduzir espécies, extingui-las e, em definitiva, brincar muito melhor do que nos alguma vez poderíamos desejar. A nossa flora e vegetação é um exemplo vivo deste fenómeno. Não esqueçamos que só nos filmes há bons e maus. O Pampilho-coroado é o mau só do nosso filme (ou, para ser mais preciso, do filme americano), pois realmente para os ecossistemas norte-americanos em que foi introduzido não é mais do que um elemento mais de um reparto enooooooooooorme...


Por: António Crespí

Inventário Florestal UTAD

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Ficha técnica da espécie
Glebionis coronaria

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