Iberis procumbens Lange

subesp. microcarpa

Além do registo atual, outros registos disponíveis:

Espécie

Iberis procumbens

Sub-Espécie

microcarpa Franco et P. Silva

Descritor

Lange

Género
Família
Ordem
Sub-classe

Rosidae

Classe

Magnoliopsida

Sub-divisão

Magnoliophytina (Angiospermae)

Divisão

Spermatophyta

Tipo Fisionómico

Caméfito

Distribuição Geral

Litoral C Portugal

Nome(s) comum

Assembleias

Habitat/Ecologia
Sinonimias

Iberis contracta auct.

No JBUTAD

Não

Galeria de imagens

Esta espécie não tem fotografias.

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas

História e Evolução

São esses dias cinzentos e chuvosos, em que parece que o céu está literalmente a cair sobre nós querendo arrebatar-nos espaço e vida; em que o nosso mundo se faz muito mais pequeno e todos os nossos fantasmas vão batendo à porta. É assim, com essa consciência adulterada e ressentida em que damos em nós próprios a pensar se vale a pena continuar a nadar contra a corrente. Não tem qualquer sentido discutir, teimar, querer, mostrar, sentir pois afinal o resultado será sempre o mesmo, os mesmos olhares, os mesmos silêncios, a mesma indiferença... É aqui quando, de repente, elas aparecem e nos abanam, explodem aos nossos olhos e exaltam esse ânimo moribundo que nos assombra.

A foto de hoje é, certamente, uma exaltação. Estamos perante um endemismo rigoroso lusitano, uma pequena herbácea vivaz da família das Crucíferas (família Brassicaceae) que entre Maio e Junho surge sobre areias próximas ao litoral. Iberis procumbens Lange subsp. microcarpa Franco & P. Silva é um exemplo dessa luta contra tudo e todos. A crise Jurássica tinha chegado ao seu fim e as plantas vasculares precisavam de mudanças radicais. Era necessário explorar a capacidade coletiva de desenvolver sistemas reprodutivos mais diversos e complexos. As flores que hoje vemos são um exemplo deste esforço aparentemente absurdo e sem qualquer sentido para a sua época. As Crucíferas não só tentam desesperadamente reduzir as suas peças florais e vão mais além, transformando o seu invólucro e aproximando as flores dos seus cachos florais numa tentativa por criar inflorescências sincronizadas morfológica e reprodutivamente. Esta vontade de transformação não foi bem reconhecida há 40 milhões de anos, mas acabou por ter enormes repercussões muito pouco depois. Nessa época existia uma moda extremamente revolucionária, que consistia em desenvolver de modo desigual as pétalas e algumas Crucíferas, como a que hoje estamos a ver, quiseram juntar-se a este extravagante e irreverente grupo. Mais tarde a história da vida acabou por ver nesta excentricidade uma oportunidade, e hoje elas vêm ter connosco para nos lembrar que sempre haverá vida por trás dessas espessas nuvens que, por vezes, caem sobre nós e nos adormecem numa tristeza impossível.


Por: António Crespí

Inventário Florestal UTAD

Partilhe esta página

Poderá estar também interessado em

Iberis pectinataIberis pectinata
(mesmo género)

Utilização das Imagens

Todas as fotografias do Jardim Botânico UTAD são publicadas sob uma licença CC BY-NC 4.0. Pode utiliza-las livremente, para fins não-comerciais, desde que credite o Jardim Botânico e o autor específico da fotografia caso exista. Para uso comercial ou utilização de alguma fotografia sem marca d'água queira entrar em contacto. Pode ver aqui todas as imagens da espécie Iberis procumbens subesp. microcarpa.