Informação
Nymphoides peltata
(S. G. Gmel.) Kuntze
Asteridae
Magnoliopsida
Magnoliophytina (Angiospermae)
Spermatophyta
Helófito
Grande parte da Europa, N de África até centro da Ásia
Golfão-pequeno
Golfo-menor
Limnanthemum peltatum S. G. Gmel.
Menyanthes nymphoides L.
Sim
Classificação IUCN
Ameaças
A introdução de plantas do comércio para o campo deve ser controlada em relação aos seus impactos sobre a biodiversidade nativa. É claro que há declínios locais de populações nativas, mas que estes são obscurecidos por populações não nativas estabelecidas com sucesso.
Medidas de conservação
Nymphoides peltata é classificado como Criticamente em risco na lista vermelha nacional espanhola (Moreno 2008), na Bielorrússia (Ermakova 2005) e na República Tcheca (? e? ovský et al . 1999), classificada como Ameaçada na Lituânia (Rašomavi? ius 2007) e como Vulnerável nas Listas Rojas Alemãs e Suiças (Ludwig e Schnittler 1996, Moser et al. 2002). É protegido em França em várias regiões, na República Tcheca e em outros países. Apesar disso, N. peltata não está ameaçada de extinção e não há outras medidas de conservação no lugar ou necessárias.
Distribuição em Portugal
Duas são as Meniantáceas que temos no Jardim Botânico da UTAD (família Menyanthaceae), o Trevo-de-água ou Fava-de-água (Menyanthes trifoliata L.) e o Golfão ou Golfo-pequeno (Nymphoides peltata (S. G. Gmel.) Kuntze). Pode parecer curioso, mas esta família de Asterales, ordem em que estão enquadradas as Margaridas e Pampilhos, está especializada em meios aquáticos. Até aqui não haveria qualquer problema, se não fosse pelo aspeto que apresentam. Olhemos bem para a fotografia de hoje, que corresponde a um desses Golfos-pequenos que mencionámos antes, e que esporadicamente encontramos nas margens lenticas de alguns rios e ribeiros do Norte do país e da Galiza. Alguém diria que é uma Margarida ou Pampilho aquático? Não, certamente. Então qual foi a razão que levou a agrupar sistematicamente as Meniantáceas junto àquelas plantas? Em poucas palavras, porque são muito semelhantes. A nossa vista é sempre tão traiçoeira? Não, o engano reside na nossa mania natural de ligar um grupo de indivíduos com uma imagem mais familiar.
Este fenómeno é extremamente curioso. Convidamos a todos a fazer um exercício muito fácil. Imaginemos por um momento um país, região ou cidade pela qual tivéssemos passado uma única vez e onde houvéssemos permanecido pouco tempo. Na nossa mente ficarão retidas muitas poucas imagens, precisamente aquelas que nos chamassem mais a atenção. Provavelmente quando pensemos nas pessoas que vimos naquela localidade virá a nossa cabeça a imagem de uma ou duas pessoas em que, por alguma razão, tivéssemos reparado. Isso quererá dizer que todas as pessoas daquele país, região ou cidade seriam como essa ou essas pessoas? Obviamente não, mas o nosso cérebro opta sempre pela maior comodidade: identificar locais por uns poucos sinais que consiga reter. Uma coisa semelhante acontece com as Meniantáceas e as Compostas (família Asteraceae), que é aquela família à qual pertencem as Margaridas e os Pampilhos. Sempre que falamos desta última família virá a nossa cabeça aquela imagem que identifique melhor e mais facilmente este grupo de plantas. Só podemos dizer que, entre a enorme variedade de morfologias que as Compostas conseguem fazer em relação as suas flores, inflorescências e folhas encontramos formas muito semelhantes às das Meniantáceas. Contudo, essas formas acabarão sempre por ser as menos familiares. Mais uma prova da nossa tendência natural ao reducionismo ...
Por: António Crespí
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