Informação
Pinus halepensis
Mill.
Pinidae
Pinatae
Coniferophytina
Spermatophyta
Mesofanerófito
Região Mediterrânica; subespontânea em Portugal continental
Pinheiro-de-Alepo
Pinheiro-francês
Não
Classificação IUCN
Ameaças
O desenvolvimento costeiro, especialmente para alojamento turístico, reduziu localmente a área de ocupação (AOO). Os incêndios geralmente destroem os estandes, mas a espécie é adaptada ao fogo e, a menos que os incêndios sejam freqüentes demais, ele se regenerará.
Medidas de conservação
Esta espécie está presente em várias áreas protegidas.
Distribuição em Portugal
Distribuição geral: É uma espécie que vegeta naturalmente em toda a bacia mediterrânica, nomeadamente em Marrocos, Argélia, Tunísia, Espanha, França, Itália, Jugoslávia, Albânia, Grécia, Turquia, Síria e Líbano. Surge com maior frequência em França, Espanha e Itália. Aparece raramente na região mediterrânica oriental, consociada com o Pinus brutia. É uma espécie indígena em Portugal. A sua presença é pontual, com maior relevância em zonas de substrato calcário do Maciço Estremenho e no Algarve.
Caracterização geral: É de comportamento muito frugal. Revela um temperamento termófilo, xerófilo e heliófilo. Vegeta até aos 1600 m e suporta sem dificuldade períodos prolongados de seca. Parâmetros termoclimáticos requeridos: temperatura média anual de 11 a 19°C; média das mínimas do mês mais frio de -2 a 6°C; média das máximas do mês mais quente de 27 a 32°C. Apesar de ser particularmente sensível a temperaturas médias das mínimas do mês mais frio inferiores a -3°C, pode vegetar com temperaturas extremas de -15°C a 43°C. Requer precipitações médias anuais de 200 a 1500 mm para sobreviver, com o ótimo entre os 350 e os 700 mm para um bom desenvolvimento. Tem preferência por solos argilo-calcários, mesmo que pouco profundos ou muito rochosos, na condição que estejam fissurados. Apresenta grande tolerância à acidez e ao teor em calcário activo. É pouco exigente em fertilidade do solo. É uma espécie muito rústica, conseguindo sobreviver em solos esqueléticos e muito pedregosos. Tolera bastante mal os solos arenosos e a presença de um lençol freático muito superficial. A frutificação é abundante a partir dos 15-20 anos, sendo grande a capacidade de dispersão. Pode atingir 25 a 30 m de altura. Apresenta copas rarefeitas, as quais deixam passar a luz, permitindo a diversas espécies arbustivas desenvolverem-se. Os povoamentos puros são por este motivo bastante sensíveis aos incêndios. Em estações de qualidade superior pode atingir os 150 anos de longevidade. A plantação apenas se justifica quando se pretende uma rápida cobertura do solo. Quando tal não se justifica, deve aproveitar se o poder colonizador desta espécie, plantando alguns grupos de dispersão de semente. As desramações permitem prevenir os incêndios de maiores proporções, criando uma zona de descontinuidade entre o andar de copas e os estratos inferiores. As limpezas interespecíficas nas primeiras idades são indispensáveis porque esta espécie apresenta uma fraca densidade de copa, permitindo a matos heliófilos desenvolverem se. No entanto deverão ser moderadas. O principal interesse desta espécie radica na proteção e recuperação de solos degradados em estações mediterrânicas. Por outro lado, os seus povoamentos estimulam a regeneração natural de quercíneas, como é o caso da azinheira e carvalho cerquinho. O pinheiro do Alepo poderá ainda ser consociado com o sobreiro. Neste caso, oferece benefícios na proteção do solo e também no embelezamento do meio. O sobreiro assumirá uma função “pivot” e de espécie dominante dos povoamentos mistos, dado fazer parte da silvo-climática local e pelo interesse óbvio da cortiça e da frutificação para a reinstalação da fauna indígena.
Propriedades e utilizações: A madeira apresenta um cerne distinto, de tom avermelhado e pouco abundante e borne branco amarelado. A densidade é de 550 kg/m3 a 12% de humidade. É fácil de serrar, embora dificultada pela tortuosidade dos toros. Seca com facilidade e rapidez. Produz lenho de débil qualidade. Pode ser utilizado em construção, estacaria, postes, embalagens, aglomerados e celulose. Embora em Portugal não haja tradição de proceder à resinagem no pinheiro do Alepo, é a espécie que desencadeia maiores produtividades (1 a 4 kg/árvore/ano), além de que o produto obtido é de boa qualidade. É uma espécie que pode ser utilizada em povoamentos de proteção.
Pinus canariensis
(mesmo género)
Pinus heldreichii
(mesmo género)
Pinus mugo
(mesmo género)
Pinus nigra
(mesmo género)
Pinus pinaster
(mesmo género)
Pinus pinea
(mesmo género)
Pinus radiata
(mesmo género)
Pinus strobus
(mesmo género)
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