subesp. ollissiponensis
Informação
Ranunculus ollissiponensis
ollissiponensis
Pers.
Ranunculidae
Magnoliopsida
Magnoliophytina (Angiospermae)
Spermatophyta
Geófito
Península Ibérica
Ranúnculo-das-paredes
Ranúnculo-vulgar
Ranunculus gregarius Brot. var. escurialensis (Boiss. et Reut.) Sennen et Pau
Não
Distribuição em Portugal
Aconteceu na segunda metade do Cretácico (já passaram mais de 115 milhões de anos). Finalmente as plantas vasculares voltam a retomar formas herbáceas. A razão deste aparente retrocesso evolutivo tem a ver com variadas razões. Realmente o domínio das gimnospérmicas começava a produzir deficiências importantes na resposta dos ecossistemas, mas ao mesmo tempo tudo estava a mudar demasiado rápido. Novamente o tempo... Gradualmente o planeta voltava a aumentar a influência paleotropical, concentrando precipitações sob temperaturas médias anuais mais elevadas. Estepes áridas eram seguidas de bosques perenifólios, que nas zonas mais frescas começavam a despontar algumas características caducifólias. Mas o monótono tapete gimnospérmico estava quase sempre presente, dominado especialmente por um grupo jovem de plantas com folhas aciculares ou em forma de pequenas escamas sobrepostas.
A disciplina gimnospérmica foi, em certo modo, a salvaguarda das plantas vasculares. Finalmente tinha sido criado um grupo de plantas com características morfológicas e reprodutivas capazes de colonizar grande parte do planeta e dos seus ecossistemas, sem obrigar para isso a esforços suplementares demasiado arriscados. Finalmente as vasculares tinham encontrado um grupo de sucesso: resistente, adaptável a extremos ambientais e persistente. Finalmente a crise Pérmico-Triásica tinha sido ultrapassada e as plantas vasculares tinham vencido uma das suas mais difíceis batalhas. Mas esta vitória arrastava consigo um estigma de dimensões desconhecidas: o estigma do medo. As gimnospérmicas foram transformadas em verdadeiras colunas militarizadas, que avançavam por campos devastados pela indolência climática, que supus o macro continente da Pangeia. Esse medo à derrota criou um sistema de proteção perante as variações ambientais tão eficiente que sacrificou, ao mesmo tempo, a capacidade imaginativa e plástica próprio das plantas vasculares.
Era preciso eliminar de vez essa cultura do medo e para isso nada melhor que o desafio ao mais temido... à imaginação. Um grupo dessas plantas vasculares opta primeiro por reforçar a sua proteção às sementes, garantindo uma dispersão ainda mais eficiente. Ao mesmo tempo apostam num desenvolvimento vegetativo absolutamente oposto aos das gimnospérmicas. Um exemplo de tão formidável desafio é mostrado na fotografia de hoje. Trata-se de um endemismo do Oeste da Península Ibérica, a espécie Ranunculus ollissiponensis Pers. ollisiponensis, uma Ranunculácea (família Ranunculaceae) mais conhecida por Ranúnculo-das-paredes, que agora iniciou a sua floração nos muros e nas margens dos nossos caminhos e nos incultos. Reparem na formidável flor desta planta e procurem a flor da Magnólia, que já publicámos há algum tempo no facebook do Jardim Botânico da UTAD. Ambas são flores enormes no número das suas estruturas reprodutivas. Estamos perante verdadeiros "dinossauros" vasculares, que ainda estão connosco e de muito boa saúde!
Por: António Crespí
Ranunculus abnormis
(mesmo género)
Ranunculus acris subesp. despectus
(mesmo género)
Ranunculus arvensis
(mesmo género)
Ranunculus bulbosus subesp. aleae var. adscendens
(mesmo género)
Ranunculus bulbosus subesp. aleae var. gallaecicus
(mesmo género)
Ranunculus bulbosus subesp. bulbosus var. hispanicus
(mesmo género)
Ranunculus bulbosus subesp. aleae var. aleae
(mesmo género)
Ranunculus bullatus
(mesmo género)
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