Informação
Rosa blondaeana
Ripart ex Déségl.
Rosidae
Magnoliopsida
Magnoliophytina (Angiospermae)
Spermatophyta
Nanofanerófito
Grande parte Europa, Cáucaso, C Ásia, Próximo Oriente até Afeganistão e Paquistão, NW África e Macaronésia; naturalizada na América N, Chile, S Austrália, etc.
Rosa-brava
Rosa-canina
Rosa-de-cão
Roseira
Roseira-brava
Roseira-de-cão
Roseira-silvestre
Silva-macha
Silvão
Rosa canina L. var. verticillacantha (Merat) Crép.
Não
Distribuição em Portugal
Tempo houve em que a riqueza comercial era especialmente avaliada pelo cheiro. Os mercadores deviam ter um cuidado especial no aroma que os seus produtos exalavam, ao ponto de utilizar os mais diversos métodos de armazenagem que ajudassem a preservar esse perfume, imprescindível para a venda da sua mercadoria. Felizmente, os grandes comerciantes das rotas vindas do oriente tiveram uma ajuda preciosa na sua passagem para a Europa. O Sudeste europeu e a região Pérsico-Arménica guardavam um dos tesouros mais apreciados para obter perfumes de suave e persistente aroma. As roseiras (género Rosa, família Rosaceae) acompanhavam profusamente os estratos arbustivos, especialmente dos solos mais calcícolas, onde os seus cheiros invadiam as já cansadas caravanas de comerciantes vindos do Este. Aproximando-se a estas floridas e vistosas plantas era possível observar como as suas pétalas exsuavam gotículas de um alcaloide, onde esse apreciado perfume concentrava-se. Não demorou muito até que começaram a produzir colónias com soluções desses azeites, além de remédios tais como antissépticos e desinfetantes, curativos gástricos, diuréticos e revitalizantes vitaminados.
Mais de trinta espécies e dezenas de formas híbridas do género Rosa estão registados para a Península Ibérica. O Norte de Portugal é a zona do país que alberga uma maior representação de tão cobiçado recurso natural. Contudo, e contrariamente ao que era suposto, as Roseiras são também exemplo do nosso desinteresse pelos maravilhosos tesouros que nos envolvem e com os que partilhamos as nossas vidas. A cultura das feiras e mercados tem sido, por vezes, cruel com algumas plantas e um exemplo deste fenómeno encontrasse nas nossas Roseiras. A importação de cultivares procedentes de espécies exóticas, tais como a Rosa moschata, R. californica, R. wichuraiana ou R. gallica, entre outras, foram relegando para um segundo plano belezas como a que hoje podemos observar. Neste caso estamos perante uma inflorescência de Rosa blondeana Ripart ex Déségl., uma roseira do muito diversificado grupo R. canina L. Esta singular veleidade encontra-se, especialmente, em habitats úmbrios e de solos bem fornecidos de matéria orgânica, elemento fundamental para produzir a sua numerosa e bem visível floração. Podemos pensar, contudo, que estas singelas flores não são comparáveis com aquelas multipétalas que frequentemente encontramos decorando os jardins e espaços públicos. Realmente tal circunstância implicaria uma limitação importante, na hora de escolher entre a simplicidade e o recato das nossas Roseiras-bravas e a voluptuosidade e a exuberância das cultivadas. Contudo estamos certos que já algum dos nossos amigos terá experimentado a plantação de estacas dessas Roseiras silvestres, em algum vaso ou nos seus jardins. Não serão por acaso uma das vossas preferidas?
Por: António Crespí
Rosa agrestis
(mesmo género)
Rosa andegavensis
(mesmo género)
Rosa canina
(mesmo género)
Rosa corymbifera
(mesmo género)
Rosa deseglisei
(mesmo género)
Rosa dumalis
(mesmo género)
Rosa gallica
(mesmo género)
Rosa micrantha
(mesmo género)
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