Senecio pyrenaicus L. in Loefl.

subesp. caespitosus

Espécie

Senecio pyrenaicus

Sub-Espécie

caespitosus (Brot.) Franco

Descritor

L. in Loefl.

Género
Família
Ordem
Sub-classe

Asteridae

Classe

Magnoliopsida

Sub-divisão

Magnoliophytina (Angiospermae)

Divisão

Spermatophyta

Tipo Fisionómico

Caméfito

Distribuição Geral

Sistemas montanhosos do Norte da Península Ibérica. Em Portugal: Serra da Estrela

Nome(s) comum

Sinonimias

Senecio tournefortii Lap.
Senecio auricomus Link ex DC.
Senecio caespitosus Brot.
Senecio hervaloira Link ex Nym.

No JBUTAD

Sim

Colecção temática

Galeria de imagens

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas

História e Evolução

Vejamos mais restos do nosso passado recente. Nos últimos trinta milhões de anos tivemos uma atividade glacial extremamente intensa e violenta. Esta circunstância provocou mudanças igualmente dolorosas no já muito variado e diverso tapete vegetal ibérico. Contudo, a orografia tão rica e diversa que foi criando a metade Oeste da Península, bem como esta formidável orientação atlântica em que vivemos, fizeram com que muita flora alpina encontrasse no Ocidente peninsular o seu fogar nos momentos climaticamente mais difíceis.

Como já explicámos várias vezes, e nunca nos cansaremos de repeti-lo, para tentarmos compreender a complexidade dos efeitos glaciares mais recentes na flora é preciso estudar com muita calma os sinais que essas crises foram deixando. Esta circunstância acontece com qualquer grupo biológico, e o ser humano também não escapa. Neste sentido, até os processos históricos mais recentes das sociedades humanas são um claro reflexo deste fenómeno. Acaso não conservamos na nossa cultura esplêndidas e valiosíssimas heranças das civilizações que por cá foram passando? Desde as tribos lusitanas pré-helénicas até o período afrancesado das invasões napoleónicas ou os desastres das guerras mundiais, o nosso dia-a-dia está constantemente salpicado pela memória histórica que estes acontecimentos e muitíssimos outros foram deixando.

A planta que hoje vemos é mais um formidável exemplo da história recente das plantas. Senecio pyrenaicus L. in Loefl. subsp. pyrenaicus (Família Asteraceae) aparece nos relvados pedregosos mais elevados da Serra da Estrela e do Sistema Central ibérico, da Cordilheira Cantábrica e dos Pirenéus. Esta espécie forma parte do grupo dos Senécios alpinos perenes, presentes ao longo de todo o arco alpino até à distante região Adriático-Carpático. Ao longo deste arco tão rico e diverso orográfica como geologicamente, vão surgindo especiações deste grupo, que nos seus extremos (Península Ibérica, de um lado, e Balcãs e Cárpatos, do outro) dão lugar a um conjunto de espécies e subespécies que ainda estão muito bem conectadas por outras espécies intermédias, que percorrem quase todo este arco (tais como o S. doria L. ou o S. doronicum (L.) L., por exemplo). Esta fragmentação contínua tão variada é a que nos leva a pensar em processos climáticos abruptos, de grande violência e periódicos. Só assim seria possível que este grupo sofresse uma especiação como esta.

Estes dias, em que parece que o céu está a cair sobre as nossas cabeças, estamos também a ser testemunhas involuntárias dos violentos regimes climáticos Pleisto-Holocénicos. Definitivamente, vai ser preciso acalmar o nosso orgulho e ir escutando as fantásticas histórias que as plantas têm para nos contar, pois só assim começaremos a compreender melhor o período de tempo que nos tocou viver.


Por: António Crespí

Inventário Florestal UTAD

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