Informação
Silene acutifolia
Link ex Rohrb.
Caryophyllidae
Magnoliopsida
Magnoliophytina (Angiospermae)
Spermatophyta
Hemicriptófito
Península Ibérica
Não
Distribuição em Portugal
Onde instalamos as coisas? Esta questão sempre nos envolveu. Onde construímos escolas, hospitais, autoestradas, aeroportos, linhas férreas, universidades, etc. etc.? A planificação é sempre determinante, pois dela depende a gestão sustentável dos recursos. Então, onde devemos instalar um jardim botânico?
A pergunta é pertinente mas, curiosamente, levanta uma dúvida muito interessante. Um jardim botânico instala-se em qualquer lado, porque em qualquer lado já temos um jardim botânico. A resposta é uma heregia? Sim, mas a própria vida é uma heregia pois não responde a nada concreto. Podemos passear pelas nossas ruas ou pelos campos, continua e constantemente encontraremos e passaremos através de jardins botânicos. Desde aqueles canteiros monótonos e tristes que decoram as ruas e avenidas, até os tapetes vegetais que recobrem os ecossistemas do nosso planeta. Os jardins botânicos formam parte do nosso dia-a-dia e nunca reparamos nelas, pois calados e expectantes olham sempre para nós e vivem connosco.
Aqueles que gerimos jardins botânicos somos conscientes que estas instituições têm os dias contados, e que já nasceram com esses dias contados. Enquanto não chegue o fim dos jardins botânicos estes não passarão de um enorme fracasso. Resulta ridículo, não é? Mas devemos fazer esse esforço diário de olhar para nós próprios todos os dias, e a planta que hoje trazemos aqui acaba por ser um exemplo formidável desta situação.
Hoje apresentamos uma espécie nova a nível mundial. Ainda não tem nome, e responde a um nome que já não a representa: Silene acutifolia Link ex Rohrb. A encontrámos casualmente no Jardim Botânico da UTAD e nas vizinhanças deste museu vegetal. Uma descoberta promissória! -pensámos todos-. Mas não. Esse sentido de oportunidade não teria passado de uma perspetiva meramente egoísta e artificial. A planta não estava lá para enaltecer o Jardim Botânico da UTAD, e como ela nenhuma das muitas outras que espontaneamente formam a cobertura vegetal natural deste jardim. Era preciso que o Jardim Botânico existisse para dar a conhecer esta espécie? Obviamente não, mas também não é preciso criar qualquer outro espaço para mostrar ou preservar a riqueza biológica do mundo. Pode ser prático e útil, mas sempre será um vergonhoso sinal do nosso fracasso. Daquilo que não só não fomos capazes de aceitar, como também mal conhecemos ou ignoramos.
Por: António Crespí
Silene baccifera
(mesmo género)
Silene bellidifolia
(mesmo género)
Silene boryi subesp. duriensis
(mesmo género)
Silene ciliata
(mesmo género)
Silene cintrana
(mesmo género)
Silene colorata
(mesmo género)
Silene conica
(mesmo género)
Silene cretica
(mesmo género)
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