Informação
Vicia dasycarpa
Ten.
Rosidae
Magnoliopsida
Magnoliophytina (Angiospermae)
Spermatophyta
Terófito
C e S Europa, SW Ásia, Região Mediterrânica e Macaronésia
Ervilhaca-cicirão
Ervilhaca-glabra
Ervilhaca-vilosa
Vicia villosa Roth subsp. varia (Host) Corb.
Vicia villosa Roth subsp. dasycarpa (Ten.) Cavill.
Vicia villosa Roth raça dasycarpa (Ten.) Samp.
Vicia villosa Roth prol. dasycarpa Samp.
Vicia dasycarpa auct.
Não
Distribuição em Portugal
Como é analisada e avaliada a inteligência? Pela capacidade de adquirir conhecimentos e saber relacioná-los? Pela criatividade e o engenho? Pela facilidade em dar resposta aos desafios? Por isto tudo? Sempre queremos saber se somos ou não inteligentes, ou se os que nos envolvem o são, ou se sabemos distinguir e caracterizar a inteligência em nós e nos outros. É como se os seres humanos fossemos os detentores deste formidável tesouro, e só nós tivéssemos a possibilidade de avaliá-lo e valorizá-lo nos restantes seres vivos. Chegamos à não menos intrigante situação de descrever e classificar a inteligência nos outros animais, pois à partida já consideramos que as plantas, obviamente, não possuem qualquer grau de inteligência pois são sempre aqueles vegetais que reagem sem... pensar.
Se as plantas ensinassem alguma coisa, pois com essa aparente falta de inteligência nunca poderiam ter tais pretensões, essa seria certamente a humildade. São estes seres vivos os que calados e impávidos desenham o tapete verde que decora as nossas paisagens; os que acompanham as nossas ruas e parques; os que esperam a colheita ou fornecem as nossas necessidades. São as plantas as que com resignação e silêncio acompanham as nossas inteligentes e ilustres vidas, com essa beleza quieta e serena. São essas ignorantes que morrem sem avisar e nascem sem licença. É sempre um torrente de humildade que caracteriza tão desprezáveis vidas, sem ambições nem protagonismos, sem luxos nem propriedades. Definitivamente, elas não pensam...!!
A gravidez das Rosídeas foi rápida mas muito difícil e de extremo risco. Criar flores com as suas peças organizadas em verticilos implicou enormes sacrifícios por parte das pré-Rosídeas. Foi preciso reduzir drasticamente o número das estruturas involucrais e reprodutivas, criar inflorescências consistentes e com maior eficiência; proporcionar uma maior plasticidade aos caules e às folhas; formar frutos com sistemas de dispersão de sementes muito mais variados. Sem qualquer dúvida, as pré-Rosídeas foram obrigadas a uma enorme experimentação, mas num intervalo de tempo quase inexistente. Contudo, o esforço valeu a pena.
Hoje vemos um exemplo de criatividade e engenho, de imaginação e sabedoria, desafiante e original. Há algumas semanas publicávamos a foto da Fumaria muralis (mais concretamente no dia 16 de abril), onde podíamos observar flores com simetria bilateral, manchadas de púrpura na parte apical, com uma gibosidade basal muito característica. Isto tudo acompanhado de uma reorganização interna dos carpelos e dos estames, de modo a facilitar ainda mais a polinização. Na fotografia que agora publicamos, referente a um belo exemplar de Vicia dasycarpa Ten., uma Ervilhaca que adotou essas mesmas características morfológicas para se destacar das outras espécies da sua tribo (a secção Cracca Dumort.), que jogam com todas essas formas e combinações de cores. Realmente as plantas são muito ingénuas. É só isto do que são capazes? Se tivessem a nossa inteligência...!!
Por: António Crespí
Vicia angustifolia
(mesmo género)
Vicia articulata
(mesmo género)
Vicia benghalensis var. perennis
(mesmo género)
Vicia benghalensis var. benghalensis
(mesmo género)
Vicia bithynica
(mesmo género)
Vicia cracca
(mesmo género)
Vicia disperma
(mesmo género)
Vicia ervilia
(mesmo género)
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