Rumex bucephalophorus L.

subesp. gallicus

Além do registo atual, outros registos disponíveis:

Espécie

Rumex bucephalophorus

Sub-Espécie

gallicus (Steinh.) Rech. fil.

Descritor

L.

Género
Família
Sub-classe

Caryophyllidae

Classe

Magnoliopsida

Sub-divisão

Magnoliophytina (Angiospermae)

Divisão

Spermatophyta

Tipo Fisionómico

Terófito

Distribuição Geral

Península Ibérica

Nome(s) comum

Azedinha-de-cão
Azedinha-falsa
Azedão
Catacuzes
Falsa-azedinha
Labaças

Sinonimias

Rumex bucephalophurus L. subsp. hispanicus sensu Rech. fil. in Tutin et al.

No JBUTAD

Não

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas

História e Evolução

Bucéfalo é uma lenda e as lendas são criadas pra ilustrar arquétipos. Alexandre o grande procurava ansiosamente os seus limites. Ansiava fronteiras que atravessar e impérios que submeter. Arrastou com a sua ambição vidas e sonhos que não lhe pertenciam, mas que ele fez seus. Nessa incessante procura encontrou aquilo que ansiava. Mas a resposta teve um preço muito elevado, maior do que as vidas que o seu devastador egoísmo ceifou, pois essa réplica lhe foi dada sem ele saber. Chegado ao fim das forças do seu exército e as dele próprio, Alexandre é vítima da realidade do universo: o caos. Sobre o seu bravo e majestoso corcel Alexandre fez cair vidas e muralhas, até ver prostrado de morte ao mesmo Bucéfalo. Aquilo que se classificou como um dos maiores e mais fulgurantes impérios da história humana não passou de ser um castelo de naipes, frágil e inconsistente.

O que mais pode chamar a atenção é como a reação de Alexandre, perante a fragilidade política dos territórios conquistados por ele, fez com que se conjugassem as condições necessárias para a formação de um formidável e inesperado império. O caos do sistema faz com que combinações ambientais possam ser propícias, em ocasiões inesperados, para resultados francamente imprevistos. Perante esses resultados improváveis os sistemas ecológicos devem sempre reagir, proporcionar respostas, manter uma funcionalidade. O resultado dessa resposta gera, pela sua vez, novas condições ambientais que obrigam a novas respostas por parte dos indivíduos.

Bucéfalo até poderia ser um fornido e esplendoroso equino, mas era preciso criar uma lenda e essa lenda chamava-se Alexandre. Bucéfalo passou à história como um instrumento dessa necessidade humana de criarmos heróis, com os que façamos de nós próprios elementos determinantes dos ecossistemas, pois precisamos dessa exaltação do género humano. Para isso utilizaremos o que esteja mais perto daquele que devemos exalçar.

Essa imagem clássica de um Bucéfalo aguerrido e valeroso, com as crinas eriçadas e o pescoço musculado está patente nos pequenos frutos do Rumex bucephalophorus L. subsp. gallicus (Steinh.) Rech. fil., dispostos ao longo destes cachos ou rácemos que a fotografia mostra. A Azedinha-de-cão é uma pequena erva comum nas nossas culturas e incultos. Esta singular Poligonácea (família Polygonaceae) desenvolve um fruto seco indeiscente curvado (o pescoço do robusto cavalo), com duas valvas que apresentam pequenos lóbulos marginais (a crispada crina da besta). Uma beleza que a Natureza permite-nos observar após um olhar próximo e paciente. Valerosas guerreiras caladas e discretas, companheiras infatigáveis e sempre fieis.


Por: António Crespí

Inventário Florestal UTAD

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Utilização das Imagens

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